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Remonta à criação do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, por Decreto de 20 de Setembro de 1844, no contexto da reforma educativa de Costa Cabral.

A 6 de agosto de 1846 foi nomeado como seu primeiro reitor o padre Jerónimo Emiliano de Andrade, Comissário de Estudos no Distrito de Angra do Heroísmo, que recebeu o encargo de instalar a instituição e arrancar com as aulas. Jerónimo Emiliano de Andrade, para além de reitor, foi professor vitalício da quinta e sexta cadeiras do Liceu, revelando-se um docente notabilíssimo, autor de vários compêndios destinados ao ensino liceal.

As primeiras instalações conseguidas foram as do extinto Convento de São Francisco, no lado Oeste do edifício (voltado para o centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo. As aulas iniciaram-se em Outubro de 1851, entretanto ainda com sérias deficiências por falta de professores e de instalações adequadas.

A partir de 1864 instalou-se no lado Este do edifício o Seminário Diocesano de Angra.

Em 1900 as instalações do Liceu de Angra foram transferidas para o Palácio Bettencourt, antigo Paço Episcopal (hoje sede da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo), tendo retornado para as suas primitivas instalações no edifício do antigo Convento poucos anos mais tarde, em 1913, após a Implantação da República Portuguesa.

Pelo Decreto n.º 15 805 de 31 de Julho de 1928 o Liceu passou para a administração da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, embora alguns aspectos do seu funcionamento ficassem na dependência do Ministério das Instrução Pública.[1] Pelo Decreto n.º 17 968 de 15 de Fevereiro de 1930 o Liceu passou à categoria de Liceu Central, passando a ministrar o curso complementar aos alunos dos Distritos de Angra do Heroísmo e da Horta (o mesmo decreto concedeu igual categoria ao Liceu Nacional de Ponta Delgada. Durante o Estado Novo Português o Liceu era simplesmente referido como Liceu Nacional de Angra do Heroísmo.

A saída definitiva das velhas instalações conventuais ocorreu a 9 de Outubro de 1969, data em que foram inauguradas as instalações escolares, construídas de raiz, onde hoje a instituição funciona. O edifício, sito na Praça Almeida Garrett, à data da inauguração denominada Praça Cavaleiro Ferreira, foi inaugurado naquele dia com a presença do Ministro das Obras Públicas, Engenheiro Rui Alves da Silva Sanches, e do Ministro da Educação Nacional, Doutor José Hermano Saraiva. O imóvel tem um logradouro de 21 500 m², tendo ao tempo uma superfície coberta de 2 800 m², e fora construído entre 1966 e 1969, com um custo 21 mil contos, dos quais 3 600 contos foram para aquisição de equipamentos.

Vocacionado para preparar os alunos para ingresso no ensino superior, a partir de um plano de estudos de formação clássica, também preparou quadros para a administração, os serviços, a indústria e comércio locais. A instituição servia então todo o Distrito de Angra do Heroísmo, recebendo os poucos alunos originários das ilha Graciosa e São Jorge que tinham posses que lhes permitissem passar além da 4.ª classe.

Com a criação do ensino preparatório em 1968, a instituição foi dividida em duas partes: a Escola Preparatória Ciprião de Figueiredo, que partilhava instalações e recursos com Liceu, e o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, ministrando os cursos gerais e complementares do ensino liceal. As duas instituições e a escola do Magistério Primário de Angra do Heroísmo foram transferidas em 1969 para o novo edifício do Liceu, aí cobitando durante mais de uma década.

Com a Revolução do 25 de Abril e com o advento da autonomia política dos Açores, a instituição sofreu uma profunda mutação, que culminou na sua transformação em Escola Secundária de Angra do Heroísmo e a absorção da Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo na sua estrutura. A transformação foi consequência da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 80/78, de 27 de Abril, que fundiu o sistema técnico-profissional com o liceal, criando escolas secundárias em substituição de liceus e escolas industriais e comerciais, o recém formado Governo Regional dos Açores, ainda sem competências consolidadas em matéria de educação, optou pela fusão do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo com a Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo.

Em consequência, o Governo Regional, pelo Despacho Normativo n.º 59/78, de 12 de Setembro, integrou a Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, e pela Portaria 691/78, de 30 de Novembro, ambos os estabelecimentos foram extintos, dando origem à Escola Secundária de Angra do Heroísmo.

As instalações da extinta Escola Industrial, e todo o seu património, foram afectas à Escola Secundária de Angra do Heroísmo pela Portaria n.º 44/82, de 27 de Julho, passando a funcionar como o Anexo da escola secundária. Em 1998 o Palacete Silveira e Paulo foi entregue à Direcção Regional da Cultura, que depois de obras de restauro, para ali se mudou em 2003, ficando o Anexo restrito às instalações escolares entretanto construídas no reduto do imóvel. Esta situação manteve-se parcialmente até 2008, altura em que aquele estabelecimento escolar foi definitivamente desactivado com entrada em funcionamento da nova Escola Básica e Secundária Tomás de Borba. A Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade está agora restrita ao seu edifício principal.

Uma resposta a “Um pouco de História…

  1. António Carvalho, 7 Maio, 2020 às 1:54

    Escola onde fiz estágio em 1977/78

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